10 Coisas que Você Deve Saber Sobre a Eleição

A eleição divina não significa que pessoas que querem ter seus pecados perdoados e ir para o céu quando morrer vão, na verdade, para o inferno.

Este é um post por Sam Storms, autor de Escolhidos: Uma Exposição da Doutrina da Eleição. Este post é parte de nossa série sobre 10 Coisas que Você Deve Saber.

 

1. A eleição é uma decisão de Deus pré-temporal, uma escolha que ele fez antes de qualquer um de nós sequer existir.

Deus nos escolheu em Cristo "antes da fundação do mundo" (Ef. 1:4). Deus "nos salvou", disse Paulo, "e nos chamou com santa vocação; não segundo as nossas obras, mas conforme a sua própria determinação e graça que nos foi dada em Cristo Jesus, antes dos tempos eternos" (2 Tm. 1:9).

 

2. A eleição divina não é apenas coletiva, mas também individual.

Considerando que é verdade que Cristo é o próprio Eleito, e que é verdade que a Igreja é o povo escolhido ou o povo eleito de Deus, os indivíduos são em si escolhidos por Deus para crer em Cristo, a fim de que eles possam tornar-se membros da igreja. Em outras palavras, Deus não somente escolheu a igreja. Ele escolheu os indivíduos específicos que iria compor a igreja.

Da mesma forma, este ato glorioso da graça de Deus em eleger alguns, é para a salvação eterna e não simplesmente para o serviço temporal. Paulo deu graças pelos tessalonicenses, porque "Deus escolheu" eles "como as primícias para serem salvos" (2 Ts. 2:13). Após os gentios terem ouvido o evangelho ser pregado, "creram todos os que haviam sido destinados para a vida eterna" (Atos 13:48).

 

3. Todo aquele que crê na Bíblia, crê na eleição.

A questão não é se Deus escolhe ou não as pessoas para herdar a vida eterna. A questão é em qual fundamento essa escolha divina é feita.

Alguns creem que Deus restaura ao coração humano caído a capacidade ou a liberdade de escolha de crer. Em última análise então, se eles recebem, ou se finalmente rejeitam a Cristo, é com eles.

Outros creem que a Bíblia em nenhum lugar ensina esta noção de "graça preveniente", na qual a depravação e corrupção moral do coração humano é, em certa medida, neutralizada ou superada. Portanto se alguém irá crer, isso deve acontecer através do trabalho do Espírito Santo, que soberanamente regenera seus corações e, em seguida, efetivamente e infalivelmente traz o indivíduo eleito à fé e ao arrependimento. Em última análise, então, se eles recebem ou não a Cristo, depende de Deus.

 

4. A eleição divina não é uma escolha arbitrária feita por Deus, como se não houvessem motivos para ele ter escolhido alguns para a vida eterna, mas ignorado outros.

A eleição é "segundo o beneplácito de sua vontade [de Deus]" (Ef. 1:5). A base desta escolha é "o mistério da sua vontade" (v. 9). Foi de acordo com o seu "propósito" (vv. 9, 11) e "o conselho da sua vontade" (v. 11).

Então, por que Deus escolheu esta pessoa e não aquela? Foi de seu agrado e boa vontade que ele fez isso. Mas por que ele se "agradou" em escolher este e não outro? Sabemos apenas que não foi por causa de qualquer coisa que havia em um e não havia no outro. Mas qualquer que seja a "razão" ou "propósito" que levou Deus a escolher assim, foi agradável a ele e em perfeita harmonia tanto com sua justiça e seu amor.

 

5. A eleição divina tem a glória de Deus como seu objetivo principal.

A fim de ampliar sua graça e fazer conhecida a majestade da sua misericórdia, Deus escolheu pecadores, que mereciam o inferno, para herdar a vida eterna e serem unidos em aliança com seu Filho, Jesus Cristo. Ele os "predestinou" "para a adoção de filhos" (Ef. 1:5.) Assim, um dos propósitos da eleição foi "salvar" os pecadores merecedores do inferno (2 Ts. 2:13; 2 Tm. 1:8-10).

Mas em um sentido mais definitivo, a salvação deles foi concebida para honrar e magnificar a graça e a glória de Deus (Ef. 1:6, 12). Assim, a nossa salvação não é o único propósito da eleição. Fomos escolhidos para a adoração! Fomos escolhidos para "proclamar as virtudes daquele que vos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz" (1 Pedro 2:9).

 

6. A eleição divina não é baseada na presciência de Deus da sua fé.

A fé não é a base da eleição, mas o seu fruto. Ela não é a causa da eleição, mas o seu efeito. Nós não somos escolhidos por Deus por que ele prevê que nós o escolhemos. Ao contrário, nós o escolhemos porque na eternidade passada ele graciosamente nos escolheu.

Assim, o fato de Deus ter escolhido alguns pecadores merecedores do inferno, não dependeu de qualquer outra vontade, a não ser a sua. A eleição "não depende do desejo ou do esforço humano, mas da misericórdia de Deus" (Rm. 9:16). Assim, a eleição é monergística. É o fruto ou o efeito de uma vontade, a vontade de Deus.

 

7. A eleição divina não significa que pessoas que querem ter seus pecados perdoados e ir para o céu quando morrer vão, na verdade, para o inferno.

Ninguém vai para o inferno exceto aqueles que merecem. E ninguém vai para o céu, exceto aqueles que não merecem. Em outras palavras, a eleição divina não significa que pessoas que querem ser salvas acabarão no fim perdidas.

Deus não responde às pessoas que se arrependem e desejam confiar em Cristo, dizendo: "Desculpe. A cota dos eleitos já está cheia." Jesus deixa claro que "aquele que vem" para ele será salvo e "aquele que vem" para ele "de modo nenhum o lançarei fora". (João 6:37). Assim, "todo homem que vir o Filho e nele crer" terá a vida eterna (João 6:40).

 

8. A eleição não torna a fé e o arrependimento desnecessários; a eleição é o que os torna possíveis.

A fé e arrependimento são absolutamente necessários se alguém quiser experimentar o perdão dos pecados e herdar a vida eterna. Eles são produzidos no coração de um indivíduo eleito pela obra secreta, soberana e misteriosa do Espírito Santo, na qual ele regenera a alma e trabalha para superar toda a resistência a Cristo, permitindo que o coração, antes hostil, veja e aprecie e tenha um supremo deleite com a beleza de Jesus.

 

9. A eleição divina não prejudica ou nega a importância do evangelismo e oração.

A eleição é o que nos assegura que nosso evangelismo será bem sucedido (Atos 18: 1-11). A eleição divina não significa que não precisamos orar. Deus não ordena um determinado fim (neste caso, a fé salvífica no eleito) sem ordenar os meios necessários (oração e evangelismo), através do qual o fim é alcançado.

 

10. Deus ama a eleição, e portanto nós também devemos amá-la.

Quando a Bíblia diz que a eleição é de acordo com a "vontade" de Deus isso ignifica, entre outras coisas, que ele teve prazer em escolher alguns para a vida eterna. Ele gosta disso. Ele queria fazer e sentiu prazer nisso. Jesus, enquanto orava ao seu Pai, regozijou-se que Deus tinha escondido as coisas espirituais dos "sábios e instruídos" e tinha soberanamente as revelado aos "pequeninos" (Mt. 11:25). Isto foi do "agrado" de Deus (v. 26). Se agradou a Jesus, deve nos agradar também.

 

Referências

Por: Sam Storms. © 2001 – 2017 CROSSWAY

Original: https://www.crossway.org/blog/2016/04/10-things-you-should-know-about-election/

Sam Storms (PhD, University of Texas at Dallas) serve como pastor principal para pregação e visão em Bridgeway Church em Oklahoma City, Oklahoma. Ele é o presidente eleito da Evangelical Theological Society, membro do conselho do Gospel Coalition, e autor de mais de duas dezenas de livros, incluindo Escolhidos: Uma Exposição da Doutrina da Eleição.

Texto de Sam Storms.
Traduzido por Kellvyn Mendes.

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