Dando Nome às suas Tartarugas


[Nota: Este é o primeiro de uma série ocasional sobre apologética e análise de visão de mundo.]

Em seu livro, Uma Breve História do Tempo, o astrofísico Stephen Hawking relata uma história sobre um cientista famoso que deu uma palestra pública sobre astronomia:
Ele descreveu como a Terra orbita em torno do Sol e como o sol, por sua vez, orbita em torno do centro de uma vasta coleção de estrelas chamada de nossa galáxia.
No final da palestra, uma velhinha na parte de trás da sala levantou-se e disse:

"O que você acabou de nos contar não passa de lixo. Na verdade o mundo é um disco plano que está apoiado no casco de uma tartaruga gigante. O cientista deu um sorriso com um ar de superioridade antes de responder: E a tartaruga está de pé apoiada sobre o quê? Você é muito inteligente, jovem, muito inteligente", disse a velha senhora. Acontece que são tartarugas de cima a baixo."

Como a senhora neste conto, a maioria das pessoas não dão muita atenção sobre o que a "tartaruga" deles está "apoiada." Quando pressionados por uma resposta eles tendem a ficar inconfortáveis e na defensiva. Francis Schaeffer chamou esse exercício intelectual de pressionar as pessoas até as conclusões lógicas de seus pressupostos de "arrancar o telhado", e advertiu que muitas vezes isso leva as pessoas à dor psicológica.
Em discussões apologéticas, muitas vezes, esperamos que as pessoas "deem nome às suas tartarugas", explicando como as suas pressuposições fornecem a base para sua visão de mundo. No entanto, nós frequentemente examinamos a visão de mundo de outras pessoas em detalhes, enquanto escolhemos mostrar somente a parte mais básica da nossa. Fazendo isso ocultamos quaisquer inconsistências que possam ser expostas e evitamos lançar luz sobre áreas que preferimos não ter de defender. Tal abordagem não é justa para com aqueles que criticamos nem é propícia para um diálogo honesto e aberto.
Mas também nos leva a perder uma excelente oportunidade para a autoanálise. Como James Sire escreve em "Dando Nome ao Elefante" (Naming the Elephant):
Um dos usos mais importantes da análise de visão de mundo é a autoanálise. Tornar-se consciente da sua natureza fundamental da realidade, ser capaz de dizer a si mesmo o que você acredita sobre Deus, o universo, você mesmo, e o mundo ao seu redor — o que poderia ser mais importante? Você seria capaz de viver a sua vida de forma exemplar. Dar um nome ao seu elefante não garante que você está certo, mas significa que você sabe onde você está.
Alguns cristãos podem afirmar que tal exercício é desnecessário, já que eles já têm a Confissão de Westminster ou o Livro de Concórdia ou a Fé e Normas Batistas. Embora esses documentos sejam úteis (eu diria até necessários) para o esclarecimento de posições doutrinárias, estabelecendo fronteiras confessionais, e servindo até mesmo de base para a autoanálise de alguém, ainda pode ser útil escrever as suas crenças a fim de examiná-las mais conscientemente.
Muitos escritores irão atestar que há algo único e profundo em ter que escrever o que você acredita. Como Tim Challies disse em uma entrevista recente:

"Eu realmente não sei no que eu acredito até o momento em que eu tenha que escrever e trabalhar através do meu processador de palavras, e dessa forma o ato de escrever tem sido uma parte fundamental do meu desenvolvimento espiritual."

Escrever o que você acredita pode ser um aspecto importante da autoanálise de sua visão de mundo.
Uma visão de mundo não é, evidentemente, apenas uma lista de crenças. Mas as crenças — particularmente as crenças religiosas — são fundamentais para a visão de mundo de uma pessoa e, portanto, devem ser explicitadas de forma que elas possam ser examinadas e criticadas de uma forma mais completa.
Suas crenças básicas devem, no mínimo, responder estas sete perguntas as quais Sire alega serem fundamentais para a analise da sua visão de mundo:

1. Qual é a realidade primordial — o que é verdadeiramente real? ?Para isso poderíamos responder: Deus, os deuses, ou o universo material.

2. Qual é a natureza da realidade externa, isto é, o mundo que nos rodeia? ?Nós vemos o mundo como criado ou autônomo, como caótico ou ordenado, como material ou espiritual? Nós enfatizamos nossa relação pessoal subjetiva com o mundo ou sua objetividade independente de nós?

3. O que é um ser humano? ?Somos máquinas altamente complexas, deuses presos em um sono eterno, pessoas feitas à imagem de Deus, ou "macacos nus"?

4. O que acontece com uma pessoa na morte? ?É uma extinção pessoal, a transformação para um estado mais elevado, ou a partida para uma existência sombria "no outro lado"?

5. Por que é possível saber alguma coisa? ?Respostas padrão incluem a ideia de que somos feitos à imagem de um Deus onisciente ou que a consciência e a inteligência se desenvolveram debaixo da pressão da sobrevivência em um longo processo evolutivo.

6. Como é que sabemos o que é certo e errado? ?É porque somos feitos à imagem de Deus, cujo caráter é bom? O certo e o errado são determinados somente pela escolha humana? Ou será que as noções de certo ou errado simplesmente se desenvolveram debaixo da pressão da sobrevivência cultural e física?

7. Qual é o significado da história humana? ?Realizar os propósitos de Deus ou deuses em fazer um paraíso na terra, preparar as pessoas para uma vida em comunidade com um Deus amoroso e santo, ou algo mais?

Esta lista de perguntas não é exaustiva, mas deve ser usada como um incentivo para ajudá-lo a nomear sua própria tartaruga gigante e muitas das tartarugas que se colocam em suas costas; as "tartarugas" que compõem o conjunto básico de pressupostos que constituem a sua visão de mundo.
Escreva suas respostas a estas perguntas, detalhando o máximo que você achar necessário. Mas não se esqueça de anotá-las. Não somente diga a você mesmo que você sabe no que você acredita. Escreva de modo que você possa ver (e talvez compartilhar com os outros) o que você acredita, de modo que você possa examinar suas crenças de uma forma mais minuciosa.
(Por exemplo, eu incluí abaixo o meu próprio esquema, um pouco exagerado, das minhas "tartarugas". Sinta-se livre para ler rapidamente ou pular essa seção. Enquanto a minha lista não esgota a totalidade dos meus pressupostos, nem os explica em detalhes suficientes, eu acredito que ela fornece um útil ponto de partida para discutir com os outros. Você provavelmente não vai sentir a necessidade de ser tão prolixo e tão detalhista — e certamente não é necessário. Em geral, duas ou três frases por tópico são suficientes para explicar o que você acredita.)

Deus

Eu creio que Deus é o Ser eterno, independente e autoexistente; o Ser cujos propósitos e ações nascem de si mesmo, sem motivo externo ou influência; aquele que é absoluto em domínio; a mais pura, a mais simples, a mais espiritual de todas as essências; infinitamente perfeito; e eternamente autossuficiente, necessitando de nada que ele tenha criado; ilimitado na sua imensidão, inconcebível em seu modo de existência, e indescritível na sua essência; conhecido apenas em sua totalidade por si mesmo, porque uma mente infinita só pode ser plenamente compreendida por si própria. Em poucas palavras, um Ser que, a partir de sua infinita sabedoria, não pode errar ou ser enganado, e de sua infinita bondade, não pode fazer nada que não seja eternamente justo, certo e bom.
Eu acredito que só há um Deus, revelado a nós como Pai, Filho e Espírito Santo, cada um com atributos pessoais distintos, mas sem divisão de natureza, essência ou ser. O Pai não é nem gerado, nem procedente de ninguém; o Filho é eternamente gerado do Pai; o Espírito Santo eternamente procedente do Pai e do Filho.
Eu acredito que o Filho desceu do céu e se encarnou pelo Espírito Santo através da Virgem Maria, e foi feito homem; e foi crucificado também por nós através de Pôncio Pilatos; Ele sofreu e foi sepultado; e ao terceiro dia Ele ressuscitou, segundo as Escrituras; e subiu aos céus, e está assentado à direita do Pai; e Ele voltará com glória, para julgar os vivos e os mortos; e Seu reino não terá fim.

Criação

Acredito que as únicas respostas filosóficas suficientes para as questões da existência devem ser baseadas em um Criador autoexistente.? Eu acredito que Deus criou, do nada, todas as coisas que existem e que ele estava intimamente e intrinsecamente envolvido no processo desde o início até o estado final de todos os seres criados.
Eu acredito que o cosmos, o summum bonum (o objetivo final) da criação, deixaria de existir sem atuação providencial de Deus como a causa suficiente de sua existência. O universo é tão radicalmente dependente de Deus que iria deixar de existir — ser substituído por nada — sem sua sustentação contínua. O trabalho diário de Deus de preservar e governar o mundo não pode ser separado do ato de ter chamado o mundo à existência.
Creio que Deus não só cria e sustenta sua criação, mas governa por decretos divinos e que nós entendemos esta ação como leis da criação (ou seja, leis naturais).
Eu acredito que a criação antes de e sem pecado, é total e inequivocamente boa.
Eu acredito que Deus impõe sua vontade através das leis no cosmos de duas formas: diretamente, sem mediação, ou indiretamente, através do envolvimento da responsabilidade humana. O governo de Deus através da lei é direto na esfera não-humana (por exemplo, as leis da natureza), mas indireto na cultura e na sociedade (por exemplo, as leis naturais para casamento e governo).
Eu acredito que os seres humanos são responsáveis ??por discernir essas leis naturais e por aplicá-las em todas as áreas dentro do nosso domínio, do nosso "governo". Eu acredito que esta é a primeira tarefa do que os cristãos muitas vezes chamam de "mandato cultural".
Eu acredito que existe uma distinção entre as leis naturais que são gerais (aplicáveis em todos os momentos e em todos os lugares) e aquelas que são particulares (exclusivas para um determinado tempo e lugar).

Seres Humanos e a Natureza Humana

Eu acredito que Deus criou o homem à sua imagem e que nossa dignidade (literalmente o nosso "valor") está baseada nesta imago Dei (imagem de Deus).
Acredito que um evento histórico conhecido como "a Queda" ocorreu quando dois humanos reais e individuais (Adão e Eva) desobedeceram a Deus, e que a ação deles teve uma consequência catastrófica para toda a criação.
Acredito que esta ação provocou uma dimensão inteiramente nova — conhecida como "pecado" — na ordem criada, corrompendo e distorcendo (embora não abolindo ou substituindo) a boa obra de Deus.
Acredito que o pecado é parasitário e não pode existir sem a boa criação de Deus.
Eu acredito que, assim como a corrupção da criação foi autorizada a entrar no mundo por um homem, Adão, a redenção da criação entrou no mundo na pessoa de Jesus Cristo.
Eu acredito que a essência ou o ser essencial da criação está em constante movimento em uma determinada direção, seja distorcido cada vez mais pelo pecado, ou sendo restaurado através da obra de Cristo.
Eu acredito que Deus expressa, através da "graça comum", os efeitos do pecado sobre a sua criação.

Redenção

Acredito que a redenção de Cristo é cósmica, que afeta toda a criação.
Eu acredito que a restauração não significa que iremos voltar ao nosso estado de origem — sem pecado — e que a criação não será levada novamente para o Jardim do Éden, mas para a Cidade Celestial de que fala o livro do Apocalipse.
Eu acredito que apesar da redenção final da criação só ser concluída no momento em que Cristo voltar, durante esse meio tempo temos a responsabilidade de restaurar as partes da criação sob a nossa esfera de influência discernindo e aplicando as leis naturais de Deus.


Revelação Geral e Especial

Eu creio que Deus nos proporcionou conhecimento sobre Ele e sua criação por duas formas de revelação: revelação geral — que é fornecida através da natureza e através de experiências humanas quase universais; e da revelação especial — um conhecimento que nos foi dado por Deus através de indivíduos específicos na história.
Eu acredito que a revelação geral pode ser indireta (transmitida através de algo como a natureza) ou direta (não passa através de um agente intermediário).
Acredito que o conhecimento de Deus é tanto indireto (revelado através da natureza) e direto (a crença básica propriamente dita).
Acredito que porque os seres humanos são parte da criação, toda a humanidade tem sido fornecida com conhecimento limitado intuitivo das leis do cosmos, seja pelas leis da natureza ou das leis naturais, através da revelação geral.
Acredito que todos os seres humanos veem claramente e compreendem que Deus existe e que ele é eternamente poderoso, no entanto, muitas vezes nós torcemos, distorcemos e suprimimos este conhecimento.
Acredito que porque os seres humanos são parte da criação, toda a humanidade tem um sentido intuitivo dos padrões normativos de Deus de conduta e que nós nos referimos a este sentido como "consciência".

A Bíblia

Eu acredito que Deus se revelou a nós através de indivíduos específicos na história e que esta revelação especial é repassada para nós na forma dos 66 livros do Antigo e Novo Testamentos.
Eu acredito que embora o cânon das Escrituras tenha sido escrito e compilado pelos homens ao longo da história, eu também acredito que um certo conhecimento sobre esse texto me foi revelado, através da revelação direta do Espírito Santo. Esse conhecimento inclui o seguinte: que a Escritura é a própria Palavra de Deus, escrita por homens preparados e supervisionados por seu Espírito; ela foi total e verbalmente dada por Deus, e é sem falhas em todo o seu ensino.
Eu acredito que a Bíblia é a inspirada, infalível, inerrante e autoritativa palavra de Deus.
Eu acredito que todo o conselho de Deus, concernente a todas as coisas necessárias para a sua própria glória, a salvação do homem, fé e vida, ou está expressamente declarada na Escritura, ou por boa e necessária consequência pode ser deduzida a partir da Escritura: de tal forma que nada deve ser acrescentado, seja por novas revelações do Espírito ou por tradições dos homens, a qualquer momento.
Acredito que o texto das Escrituras deve ser interpretado pela exegese histórico-gramatical, levando em conta suas formas e recursos literários, e que as Escrituras devem interpretar as Escrituras.

Doutrina

Eu acredito que toda a doutrina deve ter como raiz as Escrituras.
Eu acredito que todos os homens pecaram e são justamente merecedores da ira eterna de Deus e do seu infinito e justo castigo.
Eu acredito que apesar de não cometer injustiça se tivesse sido sua vontade em deixar toda a raça humana no pecado e debaixo da maldição, ele nos mostrou misericórdia, enviando o seu Filho unigênito ao mundo, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna.
Creio que esta mensagem de redenção é encontrada nos Evangelhos e que Deus misericordiosamente envia seus servos para compartilhar esta "boa notícia" com toda a humanidade.
Eu acredito que a ira de Deus permanece sobre aqueles que não acreditam no evangelho, mas aqueles que aceitam e abraçam a Jesus o Salvador com uma fé viva e verdadeira são salvos por ele da ira de Deus e da destruição, e recebem o dom da vida eterna.
Acredito que a causa ou culpa desta incredulidade, assim como para todos os outros pecados, não é de forma alguma de Deus, mas no homem. E este homem, sendo fornecido tanto com a Criação e o Evangelho como testamentos da natureza divina do Criador, é completamente indesculpável.
Acredito que o fato de que alguns recebem de Deus o dom da fé a tempo, e que os outros não, decorre de sua decisão eterna e que, de acordo com esta decisão ele graciosamente amolece os corações, até então endurecidos, de seus escolhidos e os inclina a acreditar, mas por seu justo julgamento ele deixa em sua maldade e dureza de coração aqueles que não foram escolhidos.
Eu acredito que Deus escolheu um número definido de pessoas em particular entre toda a raça humana, que caiu da sua inocência original em pecado e ruína por sua própria culpa, e concedeu-lhes verdadeira fé em Cristo, para que Ele possa justificá-los, santificá-los e, finalmente, depois de preservá-los poderosamente na comunhão de seu Filho, glorificá-los.
Eu acredito que, assim como o próprio Deus é sábio, imutável, onisciente, onipotente, a eleição feita por ele não pode nem ser suspensa nem alterada, revogada ou anulada; nem podem os seus escolhidos serem lançados fora, nem o seu número reduzido.

Ética

Eu acredito que a vontade humana é livre para escolher o que deseja.
Eu acredito que como seres humanos caídos, temos mantido a nossa liberdade natural para agir de acordo com o nosso desejo, mas perdemos nossa liberdade moral, a disposição, inclinação e desejo da alma em direção a justiça.
Acredito que o nosso "governo", a nossa esfera de autoridade, ou "reino", é simplesmente o alcance da nossa vontade eficaz.
Eu acredito que o "reino" de Deus é o alcance de sua vontade eficaz e que o único lugar na criação onde ele não sujeita seu governo é no coração humano.
Eu acredito que nós fomos feitos para exercer o nosso governo somente em união com Deus, enquanto ele age conosco.
Acredito que o nosso mandato ético é alinhar nosso "reino", tanto com o governo de Deus (1 º mandamento) como com o reino de nossos semelhantes (2 º mandamento).
Acredito que para alcançar este objetivo é necessário "sabedoria" — conformidade ética com as leis naturais de Deus — e que a sabedoria é um pré-requisito para a verdadeira liberdade.
Acredito que o melhor sistema de ética para conformidade com as leis naturais de Deus é a ética da virtude, e para o cristão, um modelo de uma abordagem pneumatológica para a ética da virtude.
Acredito que o melhor sistema de ética para conformidade com as normas criadoras de Deus é a ética da virtude, e para o cristão, que o Espírito Santo exerce um papel no desenvolvimento das virtudes, mediando-os através da comunidade da fé (a igreja), a Palavra de Deus (a Bíblia), e o eu individual (consciência do crente). O Espírito trabalha através destes três meios para desenvolver tanto o nosso entendimento ético (ou seja, iluminando as exigências morais descritas nas Escrituras) como nos ajudar a viver e agir virtuosamente.
Eu acredito que o Evangelho — as "boas novas" da Bíblia — significa que o reino de Deus está agora disponível para nós através de Jesus e que nós podemos entrar nesta nova vida, permitindo-nos glorificar a Deus e nos alegrar nele por toda a eternidade.

(Nota: Apesar de alguns trechos serem cópias exatas de fontes específicas, eu não os citei já que esta é uma afirmação pessoal e eu adotei esta formulação particular como minha.)

 

Referências

 

Por: Joe Carter. © 2015 The Gospel Coalition. Original: http://www.thegospelcoalition.org/article/naming-your-turtles

Tradução: Kellvyn Mendes.

Joe Carter é um editor do The Gospel Coalition e co-autor de How to Argue Like Jesus: Learning Persuasion from History's Greatest Communicator. Você pode segui-lo no Twitter.

Texto de Joe Carter.
Traduzido por Kellvyn Mendes.

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