Por Que a Doutrina da Trindade é Crucial para a Vida Cristã

Se nós, quer intencionalmente ou não, dispensarmos a doutrina da Trindade, então não podemos, em qualquer sentido cristão, conhecer a Deus.

Este post é uma adaptação de Owen em Christian Life: Living for the Glory of God in Christ (tradução livre: A Vida Cristã: Vivendo para a Glória de Deus em Cristo) por Matthew Barrett e Michael A. G. Haykin.

 

Deus é Triúno, ou Ele Não É Deus de Forma Alguma

O grande teólogo puritano John Owen escreveu certa vez:

Não houve mistério mais glorioso trazido à luz, em e por Jesus Cristo, do que o da Santíssima Trindade, ou a subsistência das três pessoas na unidade da mesma natureza divina. . . . E esta revelação é feita a nós, não para que nossa mente venha a ser dotada com as noções dela, mas para que possamos saber corretamente como colocar nossa confiança nele, como obedecê-lo e viver para ele, como obter e exercer comunhão com ele, até que cheguemos ao gozo dele.

Se nós, quer intencionalmente ou não, dispensarmos a doutrina da Trindade, então não podemos, em qualquer sentido cristão, conhecer a Deus. Ou, como Owen diz: "A doutrina da Trindade é o fundamento de toda a nossa Comunhão com Deus, e de toda a nossa confortável Dependência nele." Owen, em outras palavras, desenha uma linha direta da Trindade para a vida cristã, uma linha que não pode ser quebrada. Conhecer a Deus, ter comunhão com ele, comungar com ele, é conversar com os três membros da Trindade em sua devida ordem e papel.

 

Ambos, Conhecer e Experimentar

Em sua exposição no Salmo 130, John Owen diz que "a natureza de todas as verdades do evangelho" são "experimentadas por uma alma que crê." E qual verdade do Evangelho é "tão alta, gloriosa e misteriosa como a doutrina da sempre abençoada Trindade"?

A Trindade, portanto, é uma doutrina que não deve ser somente crida, mas também experimentada pelo crente. Em outras palavras, conhecer a Deus é ter comunhão com cada pessoa na Divindade. Nesta comunhão, uma pessoa vem a compreender a Trindade de uma maneira que é muito maior do que alguém que apenas entende a Trindade em sua mente, sem que ela penetre nas profundezas de sua alma.

Hoje, no entanto, o evangelicalismo luta com a tentação oposta. Temos vontade de experimentar a Deus, mas não temos a intenção de conhecê-lo como ele se fez conhecido. Em outras palavras, temos a tendência de ignorar o conhecimento de Deus, para que possamos ir diretamente para experimentar Deus.

Owen, olhando para a própria Escritura, combate tal espiritualidade contemporânea. Não podemos experimentar Deus plenamente, a menos que tenhamos um bom conhecimento de quem ele é e o que ele fez.

Portanto, ambos os extremos devem ser evitados. Nós não devemos ser enganados em pensar que Deus está contente com a gente ter apenas um mero conhecimento cognitivo dele. Não, esse conhecimento deve se mover de nossa cabeça para o nosso coração, impactando nossas afeições por Deus e uns aos outros. Da mesma forma, o zelo sem conhecimento também não serve, para que não corramos o risco de descansar em uma experiência não fundamentada na verdade.

Nossas sinceras afeições devem ser fundamentadas na doutrina correta enquanto adoramos a Deus pelo que ele realmente é, em vez de criar uma divindade da nossa própria imaginação.

Referências

Por: Matthew Barrett e Michael A. G. Haykin © 2001 – 2016 CROSSWAY

Original:https://www.crossway.org/blog/2016/05/why-the-doctrine-of-the-trinity-is-crucial-for-the-christian-life/

Matthew Barrett (PhD, The Southern Baptist Theological Seminary) é professor de teologia sistemática e história da igreja na Oak Hill Theological College, em Londres, e o fundador e editor-executivo da Credo Magazine. Ele é o autor de The Grace of Godliness and Salvation by Grace. Ele e sua esposa, Elizabeth, tem duas filhas.

Michael A. G. Haykin (ThD, University of Toronto) é professor de história da igreja e de espiritualidade bíblica no Southern Baptist Theological Seminary e diretor da Andrew Fuller Center for Baptist Studies. Ele é autor e editou mais de vinte e cinco livros, incluindo Rediscovering the Church Fathers and Eight Women of Faith.

Texto de Matthew Barrett e Michael A. G. Haykin.
Traduzido por Kellvyn Mendes.

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