Justificados em Cristo

Como, mesmo pecadores, somos considerados como justos?

Imagine um juiz que precisa dar uma sentença a um indivíduo que cometeu uma série de crimes. Ao proferir a sentença o juiz simplesmente absolve o culpado sem nenhum tipo de punição. Obviamente, todos diante de um caso como este, ficariam indignados pois não foi feito justiça. No entanto, essa é a visão de muitos cristãos sobre como Deus age conosco quando somos chamados por Deus para o evangelho.

Em Deus existem diversos atributos. “Os atributos de Deus”, segundo A. H. Strong, “são aquelas características distintivas da natureza divina inseparáveis da ideia de Deus e que constituem a base e o fundamento para Suas várias manifestações às Suas criaturas. Chamamos atributos, porque somos compelidos a atribuí-los a Deus como qualidades ou poderes fundamentais do Seu ser, para podermos dar conta racional de certos fatos constantes na auto revelação de Deus.” É comum dividirmos os atributos em duas classes: os atributos absolutos (aqueles que existem independente de Sua relação com outros seres, tais como imutabilidade e a santidade) e os atributos relativos (aqueles que se veem devido a conexão de Deus com o tempo e espaço, tais como a onisciência e a eternidade). A justiça é um dos atributos divinos e se enquadra na classificação dos atributos relativos, pois é observado na sua relação com o homem.

Em diversas partes da Bíblia podemos ver a justiça de Deus sendo retratada. Em Deuteronômio 32:4 vemos um desses versículos: “Ele é a Rocha, as suas obras são perfeitas, e todos os seus caminhos são justos. É Deus fiel, que não comete erros; justo e reto ele é.” Sendo a justiça parte de quem Deus é, Ele não pode simplesmente encobrir o pecado do pecador. Será que Deus faz igual ao juiz ilustrado no início do texto e simplesmente absolve o pecador (culpado) sem que se faça justiça? Isso não pode ser possível, porque a justiça faz parte do ser de Deus, Ele não pode agir injustamente. A justiça divina tinha que ser saciada.

É nesse momento que Cristo entra em cena. “Deus o ofereceu (Cristo) como sacrifício para propiciação mediante a fé, pelo seu sangue, demonstrando a sua justiça, [...] a fim de ser justo e justificador daquele que tem fé em Jesus.” (Romanos 3:25a, 26). Paulo nos fala que Cristo foi entregue por Deus para propiciação, ou seja, para proporcionar as condições de nossa salvação através da fé, pelo seu sangue e para ser justificador daquele que tem fé em Jesus. Justificar é colocar, creditar, imputar a justiça de Cristo em nós, nos declarar como justos mesmo sendo pecadores. Ou seja, quando nos convertemos, Deus coloca a justiça de Cristo em nós e nos considera como justos mesmo nós ainda sendo pecadores. Com isso, se voltarmos para a ilustração do começo do texto, vemos que Deus não faz como o Juiz. Ao contrário, Deus coloca outra pessoa (Cristo) para morrer no lugar do culpado e assim o declara como inocente, mesmo sem ter pago a pena.

Outro ponto importante sobre a justificação é que ela nos é dada com nenhum mérito nosso envolvido. "Sendo justificados gratuitamente pela sua graça, pela redenção que há em Cristo Jesus." (Romanos 3:24). Ou seja, mesmo nós estando mortos em nossos delitos e pecados, Deus nos justifica através da nossa fé em Cristo Jesus. Esse é um dos mais maravilhosos milagres. Nós não podíamos ser salvos sem que nossos pecados fossem pagos, então Cristo morre por nós levando o nosso pecado, e agora através da fé conseguimos ser considerados como justos. A justiça divina foi saciada, pois Cristo foi sacrificado como cordeiro para remissão de nossos pecados.

 
Por Kellvyn Mendes

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